Muito tem sido dito sobre experiência do cliente ou do usuário. Na década de 90, por conta do trabalho desenvolvido pela Apple e posteriormente seguido por uma infinidade de empresas, o termo User Experience (ou UX, para os íntimos) se popularizou nas discussões estratégicas das corporações e ganhou status de prioridade absoluta.
Eu tenho defendido – e praticado – a extrapolação desse conceito para outros públicos, principalmente candidatos e colaboradores. Meu sonho é que as pessoas olhem de fora para a Confitec do mesmo jeito que eu a vi quando entrei. Quero que a Confitec seja reconhecida como referência de empresa de tecnologia na qual as pessoas podem crescer e se realizar.
Antes da Confitec
Sempre fui movido a desafios. Trabalhei na IBM, onde aprendi muito – e sou muito grato por isso – mas de onde saí por um propósito: fazer mais, vivenciar o processo inteiro e não uma pequena (mesmo que importante) parte dele.
Tenho um caso interessante dessa época: nós costumávamos marcar os testes por telefone. Liguei para um candidato e quem atendeu foi o seu pai, que ficou desesperado porque o filho não estava em casa. Procurei tranquilizá-lo e acabei conseguindo agendar o teste do seu filho. Depois, tentei entender porque aquele pai estava tão mobilizado. Conversando com o candidato, ele me disse que seu pai trabalhava naquela unidade, cuidando da solda do portão principal de acesso:
“Eu sou a primeira pessoa da família a ter um curso superior. Estão todos muito felizes com essa minha oportunidade”.
Fiquei acompanhando pelo sistema o processo dele até o fim; vibrei quando vi que ele tinha conseguido conquistar a vaga. Naquele momento, tive a certeza de que acompanhar de perto histórias de vida como essa era o que eu queria para o resto da minha vida. Foi esse sentimento que me trouxe para a Confitec.
Novos tempos
Já vai longe o tempo em que o candidato chegava na porta das empresas com um currículo debaixo do braço. Hoje, a tal experiência do candidato tem que ser positiva desde o primeiro contato. Eu costumo ligar para cada um e, a partir daí, estabelecer um diálogo para entender o quanto ele gosta de aprender, de ser desafiado, de crescer… E a sintonia entre ele e a empresa. Mesmo que não seja aprovado, o importante é ele entender do que a Confitec é feita, o que significa para nós a palavra confiança, de onde foi tirado o prefixo da marca, e como nós trabalhamos com tecnologia para o setor de seguros.
Temas como employer experience, people analytics e inteligência artificial no recrutamento ainda precisam conquistar espaço nas empresas e nos cursos de RH e administração. Mas exemplos como o da Confitec já estão mostrando que é possível criar conexões significativas com as pessoas, mesmo antes de elas decidirem colaborar com a empresa. Ainda temos muito pela frente mas a minha sensação – ou melhor, a minha certeza – é de que estamos no caminho certo.
Por Valdemir Freitas | Gerente de RH