Comecei a trabalhar na Confitec no ano passado. Para ser mais exata, 15 dias antes da quarentena. A situação era toda bem atípica, mas a receptividade e o carinho com que fui recebida pela equipe fizeram as coisas fluírem bem naturalmente. Minha adaptação foi tranquila e rápida e, hoje, me sinto integrada e feliz.
Com certeza, essa é uma das coisas que mais me agradam na Confitec, a capacidade de acolher e fazer com que cada colaborador se sinta especial, importante. Somos tratados como indivíduos, com habilidades e necessidades específicas.
Para vocês entenderem melhor o meu entusiasmo, preciso voltar um pouco mais no tempo e contar, bem resumidamente, mais sobre minha experiência pessoal e profissional antes da Confitec.
Entrei no mercado de trabalho bem jovem, aos 14 anos. Num dos empregos, surgiu uma oportunidade na área de TI. Fiquei interessada e resolvi fazer faculdade.
Formada, morava em São Paulo e trabalhava no Rio de Janeiro. Uma loucura completa. Por conta do trabalho do meu namorado, acabamos nos fixando em São Paulo.
Cinco anos depois, fiquei grávida. Uma gravidez aparentemente normal. Mas, no oitavo mês, perdi o bebê. Não foi fácil, mas mantive o equilíbrio. Fui aconselhada pelo meu médico a esperar mais um pouco para fazer uma nova tentativa. Eu sofria de trombofilia (tendência à formação de coágulos sanguíneos), problema que atinge mais mulheres do que podemos imaginar.
Tempos depois, fiquei grávida do Ícaro e, em seguida, do Thiago. São dois meninos incríveis! Ser mãe é uma experiência intensa que vivencio há três anos e meio. Costumo dizer que existe uma Tatiane antes e depois da maternidade. Tudo muda, toda a sua visão do mundo, todas as perspectivas parecem novas.
Meu filho mais velho tem transtorno do espectro do autismo (TEA). Descobri depois de peregrinar por alguns especialistas. Tudo indica que apresenta uma forma branda, mas ainda é cedo para cravar um diagnóstico conclusivo. Costumo falar disso com muita naturalidade, o que, às vezes, choca as pessoas. Mas, de verdade, não vejo problema no fato de ele estar dentro do espectro do autismo. Trata-se de uma condição, e não de uma doença. As limitações estão mais no nosso olhar.O autismo é uma forma diferente de enxergar as coisas: nem melhor, nem pior. Todo dia exercito a minha intuição na tentativa de descobrir o que o Ícaro está pensando, observo cada detalhe para decifrar os seus sentimentos. Ele tem um jeito próprio de se conectar, de mostrar suas necessidades. Cabe a mim entendê-lo. O que eu sei é que cresço com ele todos os dias.
Voltar ao mercado de trabalho não foi fácil. Muitas portas se fecham para as mulheres pelo simples fato de serem mães. No meu caso, como é em dose dupla, os “nãos” também se multiplicaram.
Isso até chegar à Confitec. Já durante a entrevista de seleção, senti que ser mãe não seria empecilho. Ninguém me julgou, ninguém duvidou do meu comprometimento por conta da maternidade, ninguém me olhou torto.
Posso me sentir uma privilegiada por trabalhar numa empresa que é parceira dos funcionários. Trabalho em esquema de home office e conto com a total confiança da Confitec. São compreensivos na hora de flexibilizar meu horário para cuidar das crianças.
Graças ao meu trabalho também, consigo manter o Ícaro na terapia duas vezes por semana, com resultados bastante promissores. Há empatia e solidariedade. Quando existe a confiança mútua, a entrega se torna mais efetiva.
Por querer que seus colaboradores avancem profissionalmente, a Confitec cuida também da capacitação de seu pessoal. A empresa me inscreveu num curso de Gerenciamento de Portifólio e PMO da FGV. Tirei um tempo para cuidar de mim também, da minha saúde. Preciso estar bem para cuidar das pessoas que amo e desenvolver meu trabalho.
As atribuições do cargo de Mãe são inúmeras e realmente exigem uma dedicação onde os intervalos para descanso são raros. Em compensação, adquirimos habilidades que nem imaginávamos ter. Isso é necessário para Evolução Humana. Não devemos ser penalizadas por assumirmos esse papel!
Fico feliz de poder contar tudo isso para vocês no mês das Mães. Espero que a minha experiência ajude a entender melhor o tema. E o quanto é importante abrirmos nosso olhar para o outro.