Segundo domingo de maio está aí. Vamos comemorar mais um Dia das Mães em isolamento social. Nessa mesma data, no ano passado, eu ainda estava me adaptando à nova realidade e, agora, mesmo depois de tanto tempo, sinto que há ainda ajustes e profundo aprendizado para tirar de tudo isso.
O país mergulhou na chamada segunda onda, que mais parece uma nova pandemia, tão ou mais desafiadora do que a primeira. Continuo ansiosa para que tudo isso termine – e da melhor maneira possível. Eu me sinto privilegiada por poder celebrar com a minha família o fato de estarmos com saúde e juntos, munidos de todos os sonhos e projetos a que temos direito.
Assim como tantas outras mulheres, senti na pele durante a pandemia que não é nada fácil alternar “modo mãe” e “modo trabalhadora”. Virou tudo uma coisa só. A sensação era de que as pessoas dependiam de mim, dos meus cuidados e atenção em tempo integral. Só que não existem dois “tempos integrais”! Aos poucos, consegui colocar as coisas em perfeita ordem… Ou quase.
A verdade é que nós mulheres estamos sempre equilibrando pratos e tentando acomodar mais um, colocar mais um para girar. Tenho dois filhos – um adolescente de 14 anos e uma menina de 11 – que demandam atenção, nem sempre nos momentos mais adequados. Não foi fácil para eles perceberem que estar em casa não significa que eu esteja 100% disponível. Tenho um horário para trabalhar, que precisa ser cumprido.
Em casa, entre uma reunião e outra, estou o tempo todo atenta, radar ligado aos mínimos detalhes. O que meus filhos estão fazendo agora? Já entraram na aula? Estão realmente assistindo a aula e o quanto estão aprendendo? Corro o risco de parecer invasiva, o convívio em tempo integral confunde os limites. E o que vou fazer mesmo para o almoço?
Percebi, então, rapidamente, que outras mulheres da empresa deveriam enfrentar os mesmos problemas, talvez em escala ainda maior, porque algumas têm filhos pequenos, que demandam ainda mais atenção.
Na Confitec, optamos pelo acolhimento, a flexibilização de jornadas e o diálogo. Não medimos nosso sucesso apenas pelo volume de produtividade, mas pela forma como conseguimos equilibrar tudo: o trabalho, sim, mas também o bem-estar, o apoio e a confiança mútua. Costuramos relações positivas e isso faz toda diferença.
Mais do que nunca, estou segura de que precisamos de empatia que resulte em solidariedade. A velha máxima do “não está fácil para ninguém” nunca fez tanto sentido. Mas vai passar… ainda temos muitos pratos para equilibrar.
Feliz Dia das Mães para todas nós!