Tenho observado um fenômeno interessante no mercado de trabalho. Cada vez mais profissionais, de diferentes áreas, têm buscado recolocação na área de TI. É estimulante imaginar que são pessoas que não se acomodaram na sua atividade de formação e perderam o receio de encarar novos desafios, recomeçando praticamente do zero.
A ascensão da área de TI é evidente, principalmente depois do crescimento das startups, da transformação digital nas empresas, das mudanças provocadas pelo trabalho remoto – ou híbrido –, e da urgência de adaptação a um novo modelo de gestão mais sustentável. Enquanto outros setores estão encolhendo, com corte de vagas e desemprego, a TI está em forte expansão.
Há diversas possibilidades de carreiras e vagas em boa parte das organizações. A grande dificuldade de empresas está em recrutar bons profissionais. De acordo com um levantamento da consultoria internacional Robert Half, publicado em março, 63% dos CIOs admitem problemas para encontrar especialistas em TI de alto nível, e 49% estão preocupados com a capacidade da em reter talentos.
No Brasil, que é o décimo maior mercado de TI, há o maior déficit de profissionais do mundo, com 408 mil vagas que precisam ser ocupadas imediatamente. Temos perdido muita mão de obra para o exterior, em especial depois da pandemia.
Na Confitec, recebemos vários currículos de candidatos que são de outras áreas, como engenharia civil, engenharia química e administração. Querem começar a trabalhar com TI, mesmo sem experiência, mas já com algum conhecimento. Fizeram cursos de programação e aí partiram para buscar uma oportunidade, uma porta de entrada.
A Confitec tem uma cultura de estimular mudanças e crescimento profissional. Gostamos de quem procura se superar, quem não tem medo de mudar a trajetória. Boa parte delas, que já possuem experiência em outras áreas, começa como trainee. Elas querem trabalhar!
Somos uma empresa formadora, gostamos de desenvolver as pessoas, de ensinar e aprender com elas. Penso que é importante também ter indivíduos de outras áreas, com outro olhar, experiências e recursos diferentes.
As profissões estão mudando, assim como o perfil dos profissionais e o próprio mercado. As pessoas não se sentem mais engessadas e obrigadas a seguir uma mesma carreira até a aposentadoria. Adaptabilidade, disposição para recomeçar e habilidades interpessoais (soft skills) ganham peso, complementando a formação e a experiência.
Conseguir equacionar isso tudo é muito gratificante para os profissionais – e também para nós!
Por Adilson Balthazar, Diretor de Tecnologia