Quem nós vamos operar? Em que parte do corpo será feita a intervenção? Qual será o procedimento? Este paciente tem alguma alergia ou fator de risco?
O que eu descrevi acima é um procedimento criado pela OMS em 2009 para aumentar a segurança de pacientes submetidos a cirurgias. São várias as informações que a equipe precisa repassar antes de o paciente ser anestesiado, antes de começar a operação e antes de ele deixar o centro cirúrgico.
Eu citei apenas alguns passos da rica e detalhada descrição feita por uma amiga médica quando conversávamos sobre a importância de sermos claros e específicos. Eu puxei o assunto, falando de questões ligadas a TI, quando ela mostrou que, na área médica, esses mesmos cuidados salvam vidas.
Tanto na medicina quanto em tecnologia, o grande inimigo da segurança é o “óbvio”. “É óbvio que eu sei o que o cliente quer”, “é óbvio que este é o paciente que nós devemos operar e que nós todos estamos cientes de todas as informações importantes”.
A questão central é: o que é óbvio para uns pode não ser óbvio para outros! Tudo depende das informações de que cada um dispõe. É um erro assumir que todos sabem o que nós sabemos. E, em determinadas situações, mais que um erro, é um risco!
É interessante que muitos se referem a TI como TIC, acrescentando Comunicação à Tecnologia da Informação. De fato, sem uma boa comunicação, não existe TI! Mesmo para as pessoas que têm as atividades mais técnicas, defendo sempre a importância de todos se expressarem com clareza, entendendo o que estão comunicando e, principalmente, o que os outros estão entendendo e absorvendo.
Desde que a Confitec foi criada, existe uma preocupação muito grande em garantir que a nossa equipe se aprofunde no entendimento do negócio dos nossos clientes. Por isso, ao longo de todos esses 19 anos, nos mantivemos focados no setor de Seguros. Todos precisamos falar o mesmo idioma. E, acima de tudo, não ter medo de perguntar o óbvio. Pode ser um pouco constrangedor no início, mas evitará um constrangimento muito maior no fim.