Embora o papel da mulher na sociedade tenha passado por transformações relevantes e profundas, chegamos a mais um Dia Internacional da Mulher com uma enxurrada de desafios a superar.
A visão de parte conservadora da sociedade – e aí incluo homens e até mesmo parcela de mulheres – mostra que alguns conceitos ultrapassados ainda insistem em se manter entre nós.
Cito como exemplo recente as críticas que pipocaram nas redes sociais ao excesso de curvas da atriz Paolla Oliveira, rainha de bateria da escola de samba Grande Rio. “Está fora de forma”, sentenciaram alguns. Mesmo sendo reconhecidamente um ícone de beleza, nem ela escapou ao julgamento público – como se as pessoas tivessem alguma coisa a ver com isso.
Por que é tão difícil entender que cada um vive sua vida como bem quiser? É o chamado livre arbítrio. Estigmatizar uma pessoa (de qualquer gênero) por sua aparência física, comportamento ou maneira de vestir parece um discurso do milênio passado, longe das pautas atuais de diversidade, tolerância e equidade de direitos.
As mulheres – famosas como Paolla Oliveira e também as anônimas como nós – são cobradas por não serem magras, por não serem casadas, por não terem filhos, por não terem uma profissão, por deixarem os filhos na creche, por pagarem babá, por saírem para se divertir, por usarem pouca roupa, por usarem muita roupa… Enfim, por tudo e mais um pouco.
Saindo da passarela para as quadras, na semana do carnaval, a capital fluminense também recebeu o Rio Open, um dos maiores eventos esportivos da América Latina. O sucesso do torneio e a ascensão de Bia Haddad e Luisa Stefani no ranking mundial fizeram surgir a hipótese de novamente as tenistas terem uma edição de um torneio feminino (WTA) por aqui.
Por que Bia e Luísa são destaque? Porque treinam como doidas, se esforçam muito, vivem em função disso há muitos e muitos anos. Assim como modelos, cientistas, médicas e profissionais das mais diferentes áreas. Cada uma tem seus planos e sonhos, e o que importa mesmo é poder escolher. Escolher sem receber uma saraivada de críticas e dedos na cara por causa disso.
Então, mulheres, a dica de hoje é: sejam autênticas! Sejam aquilo que querem ser, do seu jeito, único e intransferível. Estamos mudando o mundo – e para melhor! Parabéns pelo nosso dia!
